TROCA DE PNEUS: O DESGASTE ACELERADO DOS CARROS ELÉTRICOS
Os carros elétricos são geralmente 23% mais pesados do que veículos a gasolina equivalentes devido à sua bateria. Atualmente, estima-se que esse peso adicional esteja associado a um desgaste 15% mais rápido dos pneus, relata Denis Rodrigue, professor da Faculdade de Ciências e Engenharia, cujo laboratório trabalha com reciclagem e revalorização de pneus.
Para entender melhor o fenômeno e os fatores que influenciam essa diferença, estudos mais aprofundados estão em andamento. Eles consideram o tipo de condução, como aceleração, frenagem, na cidade ou na rodovia, o tipo de pneu (inverno, verão, quatro estações), o fabricante e as condições meteorológicas, como temperatura, chuva ou neve. A potência desses veículos também é um fator de desgaste, já que os pneus sofrem maior atrito na partida.
“Para um carro a gasolina, digamos que deveríamos conseguir rodar 100.000 quilômetros com os pneus. Com um veículo elétrico, rodaremos apenas 85.000, ou seja, 15.000 a menos”, ilustra o professor. “Isso não é negligenciável considerando que isso representa o que os motoristas percorrem em média por ano. Fazemos, portanto, o equivalente a um ano a menos com os pneus.”
Para enfrentar esse problema, numa perspectiva de transição para veículos elétricos, seria necessário tornar os carros mais leves ou fazer pneus mais duráveis, por exemplo, mudando seu tamanho. “É importante lembrar que quanto maiores os pneus, mais difícil é fabricá-los, manuseá-los e trocá-los. Com a congestão nas oficinas para a troca de pneus, isso é um fator importante”, ressalta o professor Rodrigue.