Polêmica sobre “Imposto do Pecado” em Carros Elétricos Gera Conflito entre Governo e Montadoras!
A divergência vem após uma “lua de mel” entre os lados, marcada pelo lançamento de um programa automotivo e o anúncio de investimentos do setor no país. A defesa do governo federal pela possibilidade do “Imposto Seletivo” (previsto na reforma tributária) incidir sobre carros elétricos gerou críticas das montadoras.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) se destaca como uma das principais vozes contrárias, alegando que a inclusão dos elétricos no imposto levaria a prejuízos para a saúde e o meio ambiente. Segundo a Anfavea, restringir o acesso dos consumidores a carros novos atrasaria a renovação da frota, mantendo veículos antigos, mais poluentes e menos seguros, em circulação por mais tempo. Dados do setor mostram que um carro dos anos 2000 polui 20 vezes mais que um atual.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) defende a inclusão dos elétricos, junto dos híbridos e à combustão, observando que o Mover implementa a medição de carbono “do poço à roda”, considerando todas as emissões desde a extração mineral até a queima do combustível. Embora os elétricos não emitam durante o uso, sua fabricação e recarga de baterias deixam uma pegada de carbono significativa.
A chinesa BYD, também contra a possibilidade, destaca que a matriz energética limpa do Brasil reduz ainda mais a emissão na produção de carros elétricos, dando ao país uma oportunidade de protagonismo na área. Para isso, são necessárias políticas públicas do governo.
O secretário de desenvolvimento industrial, Uallace Moreira, argumentou que o Imposto Seletivo não aumentará a carga tributária sobre esses veículos, pois as alíquotas do IPI Verde serão transferidas ao novo tributo. O IPI Verde, criado pelo Mover, estabelecerá um sistema de “recompensa e penalização” baseado nas emissões de carbono dos veículos, podendo até haver isenção em alguns casos.
“Haverá com o IPI Verde um escalonamento tributário para promover estímulos às rotas tecnológicas que descarbonizem. O Imposto Seletivo vai refletir essas regras do IPI Verde”, disse o representante.
Fonte: CNN Brasil.